sábado, 23 de fevereiro de 2013

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Graças a esta mulher determinada, o Brasil é hoje o segundo maior produtor de soja do mundo e isto sem fazer uso de qualquer aditivo químico. Foram as descobertas da Drª Johanna que permitiram a fixação de nitrogênio por bactérias na plantação de soja. Com isso, o Brasil deixa de importar, por ano, o equivalente a mais de dois bilhões de dólares em adubos nitrogenados. Seus estudos com a fixação de nitrogênio por bactérias também foram a chave para a criação do PROALCOOL, reforço inestimável para a desenvolvimento de um combustível menos poluente e menos agressor do meio ambiente.

Nascida em 1924 na cidade de Aussing, Alemanha, Johanna Dobereiner viveu em Praga, Tchecoslováquia, até a Segunda Guerra Mundial, quando deixou o país como refugiada. Durante três anos, primeiro na ex-Alemanha Oriental e depois na ex-Ocidental, trabalhou no campo, adquirindo seus primeiros conhecimentos em agricultura.


Em 1950, graduou-se pela Faculdade de Agricultura da Universidade de Munique, emigrando em seguida para o Brasil. Logo ingressou no Ministério da Agricultura, para trabalhar como pesquisadora em Microbiologia de Solo.

Brasileira naturalizada, ela desde que chegou ao país viveu em Seropédica, a 47 quilômetros do Rio. Lá, trabalhou no Centro Nacional de Pesquisas em Agrobiologia da EMBRAPA, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias, até sua morte.

O orientador de seus primeiros trabalhos foi Álvaro Fagundes, responsável por seu aprendizado das técnicas básicas da especialidade.

A partir do final da década de 50, publicou uma série de trabalhos sobre o enriquecimento seletivo de bactérias fixadoras de nitrogênio em plantações de cana-de-açúcar, e descreveu uma nova bactéria fixadora de nitrogênio, a Beijerinckia fluminensis. O grupo que dirigiu na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro iniciou, em 1963, um extenso programa de pesquisas sobre vários aspectos da fixação biológica do nitrogênio por plantas cultivadas, acumulando dados e resultados que indicam a superioridade desses recursos naturais sobre a utilização de fertilizantes minerais.

Obteve grau de Mestre pela Universidade de Wisconsin, EUA, em 1963, e nos dois anos seguintes fez cursos sobre Microbiologia do Solo na Universidade da Flórida e em Santiago do Chile. Por ocasião da introdução do cultivo da soja no Brasil, no início da década de 60, tomou posição em favor do aproveitamento das associações entre a planta e bactérias fixadoras de nitrogênio, opondo-se à utilização obrigatória de adubos nitrogenados. A adoção desta linha de pensamento resultou, ao longo dos anos seguintes, numa considerável economia de divisas para o país.

Em 1974, descreveu a ocorrência de uma associação entre bactérias do gênero Spirillum (mais tarde reclassificadas como Azospirillum) e gramíneas. As possibilidades abertas pelo achado em relação à atividade agrícola do terceiro mundo motivaram a criação do Programa de Cooperação Internacional em Fixação de Nitrogênio nos Trópicos, sob sua coordenação. 

Seus trabalhos no campo da microbiologia do solo tiveram reconhecimento internacional, tanto assim que em 1997 ela foi indicada para o Prêmio Nobel. Membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Pontifícia de Ciências, do Vaticano; a pesquisadora recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira.

Fonte: FAPERJ
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