quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

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Hoje faz um ano que a página do FB Mulheres na ciência foi criada (obrigada a todos que curtiram a página). E por quais motivos criamos uma página para falar exclusivamente sobre mulheres na ciência e tecnologia? Bem, nós criamos porque existiram mulheres cientistas ao longo da história, mesmo com as barreiras impostas em cada período, e elas não devem permanecer esquecidas. Suas biografias, inclusive as das cientistas negras, devem ser resgatadas para corrigirmos essa “invisibilização” que é, segundo Eulália Pérez Sedeño, uma distorção histórica. Nós também criamos a página para divulgar as mulheres cientistas de hoje com o objetivo de (juntamente  com as cientistas de outras épocas) inspirar garotas à seguirem uma carreira na ciência, lutando assim contra a segregação horizontal, ou seja, contra os mecanismos que fazem com que as escolhas de carreiras tenham por base o sexismo.

Durante esse um ano de Mulheres na ciência deparamo-nos com cientistas que não tiveram o seu nome reconhecido nas pesquisas, alguns dirão que isso aconteceu e acontece o tempo todo na ciência com os homens e é verdade (e injustiça), entretanto, essa exclusão que aconteceu com muitas cientistas do passado foi, sim, apenas pelo fato de serem mulheres e o resultado disso é essa “invisibilidade” de mulheres importantes na história da ciência. Durante a existência dessa página descobrimos cientistas que recebiam mal ou nada para trabalhar nos laboratórios, mas que não desistiram da sua paixão. Segundo Londa Schiebinger, a participação de mulheres na ciência foi marcada por ausências e presenças. Durante os primeiros anos da Revolução Científica, mulheres envolveram-se com trabalhos ditos como científicos, ao lado dos seus filhos, pais, irmãos ou maridos cientistas. Entretanto, houve a institucionalização e profissionalização da ciência e a separação entre o privado e público, dessa forma, a participação das mulheres ficou mais restrita. Durante muito tempo, com exceções, as mulheres não puderam ser nem auxiliares no desenvolvimento de pesquisas, já que até recentemente eram impedidas de frequentar as instituições de ensino superior, pois elas tinham como obrigação o cuidado do lar, filhos e marido.  

Durante esse um ano de MC também encontramos descobertas interessantes feitas por mulheres na ciência: ontem e hoje, brasileiras ou não.

Durante esse 1 ano nos deparamos com uma imensa dificuldade de encontrar informações de cientistas importantes e negras, mas sabemos que elas existem, tem a Mae C Jemison,  Sônia Guimarães, Patricia Bath, Annie J Easley. Em 2014 iremos fazer o possível para aumentar o número de mulheres negras nas postagens de Mulheres na ciência, afinal, o racismo é tão nocivo quanto o sexismo.

Mulheres como HypatiaEmmy NoetherLise MeitnerCaroline Herschel, foram importantes para o desenvolvimento cientifico. Evidentemente, essas mulheres, na maioria das vezes, eram filhas, esposas de cientistas, pertenciam às classes nobres ou burguesas, eram de famílias que aceitavam a educação de mulheres, foram criadas em um ambiente que as permitiram superar os obstáculos da época. Hoje ainda existem desigualdades na participação das mulheres na ciência (das quais falarei em um post futuro), mas a questão é: as mulheres podem ser cientistas, caso queiram. As mulheres são tão capazes quanto os homens. Basta ler as biografias das mulheres cientistas neste blog para perceber isso.

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